O que é BRT? Saiba como funciona o transporte rápido por ônibus nas grandes cidades

Conheça essa solução de mobilidade urbana já adotada por grandes capitais brasileiras, como Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro

Por Redação - 25/11/2024 às 21:24
Atualizado: 26/11/2024 às 09:46
Foto que ilustra matéria sobre o que é BRT mostra um ônibus do sistema MOVE parando em uma de suas estações em Belo Horizonte (Foto: Wikimedia Commons)

Você sabe o que é BRT? Pois imagine um sistema de ônibus que combina velocidade e eficiência, utilizando vias exclusivas para evitar o trânsito e proporcionando uma experiência de viagem mais fluida e confiável. Esse é o Bus Rapid Transit, um tipo de transporte que pode ser mais rápido que o ônibus comum e com um custo de implementação mais baixo que o metrô.

Agora que você já tem uma ideia, que tal embarcar conosco na leitura a seguir para entender como o BRT pode ser considerado uma alternativa prática para quem deseja uma opção de transporte público eficiente e de fácil acesso?

O que é BRT?

O Bus Rapid Transit, mais conhecido pela sigla BRT, é um sistema de transporte público urbano que utiliza ônibus de alta capacidade em faixas exclusivas, oferecendo uma experiência de deslocamento rápida e eficiente. Ele combina a flexibilidade do ônibus com a velocidade e a capacidade de um sistema de metrô de superfície.

Muito usado em cidades com grande fluxo de passageiros, o BRT tem potencial para reduzir os atrasos causados por congestionamentos ao circular em corredores exclusivos, melhorando a fluidez e a pontualidade das viagens.

Características do BRT

O BRT (Bus Rapid Transit) é conhecido por sua infraestrutura, que permite uma operação mais ágil e pontual, tornando-se uma alternativa eficiente e confortável para o transporte público tradicional. Com veículos de alta capacidade, ele é projetado para atender grandes volumes de passageiros de maneira eficiente, reduzindo a necessidade de múltiplos ônibus e, consequentemente, o tempo de espera dos usuários.

Algumas das principais características do BRT são:

  • Corredores exclusivos: Faixas segregadas, apenas para ônibus, evitam o tráfego comum e garantem uma viagem mais rápida.
  • Alta capacidade: Veículos articulados ou biarticulados podem transportar um grande número de passageiros, ideal para horários de pico.
  • Prioridade semafórica: Os ônibus do BRT possuem prioridade nos cruzamentos, o que contribui para a redução do tempo de viagem.
  • Estações com informações em tempo real: As estações do BRT são equipadas com paineis informativos que mostram o tempo de espera para o próximo ônibus, facilitando o planejamento das viagens dos usuários.
  • Plataformas de embarque niveladas: As plataformas são construídas no mesmo nível do piso dos ônibus, facilitando o acesso e o desembarque dos passageiros, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida.
  • Paradas estruturadas: Estações são planejadas para facilitar o embarque e desembarque, com plataformas elevadas e acessíveis.
  • Sistemas de pagamento inteligentes: A implantação de sistemas de pagamento eletrônico e pré-pago agiliza o embarque e reduz as filas nas estações.
  • Integração com outros modais: Em várias cidades, o BRT é conectado a estações de metrô, trens e outros sistemas de transporte, criando um sistema integrado.
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Como funciona o BRT?

Basicamente, o BRT funciona operando em faixas exclusivas, evitando bloqueios de trânsito e garantindo maior velocidade e previsibilidade. Com uma rota fixa e paradas semelhantes às estações de metrô, esses tipos de ônibus permitem embarques rápidos e organizados, com plataformas acessíveis e estações modernas.

A operação do BRT é gerenciada a partir de uma central que controla a frequência dos ônibus e adapta o serviço conforme a demanda. Com monitoramento em tempo real, é possível acompanhar a localização dos veículos, agilizar a operação e resolver problemas rapidamente, tornando o BRT uma opção de sistema eficiente de transporte público.

Como pagar a passagem do BRT?

As tarifas do BRT geralmente são pagas antes de embarcar, através de bilhetagem eletrônica ou em estações de autoatendimento. Algumas cidades também permitem o uso de cartões de transporte integrados, que funcionam em outros modais, como metrô e trem, proporcionando maior comodidade aos usuários.

Além disso, em algumas regiões é possível utilizar cartões de crédito e débito para o pagamento direto nos validadores. Agora, vale saber que o valor da tarifa deve variar de acordo com a cidade e o tipo de integração disponível.

Qual é a capacidade média de transporte do BRT?

A capacidade do BRT varia de acordo com o modelo do veículo e a configuração do sistema. Em média, um ônibus articulado pode transportar entre 160 e 200 passageiros, enquanto veículos biarticulados podem comportar até 300 passageiros, tornando-o uma opção viável para trajetos com alta demanda.

Para se ter uma ideia, essa capacidade é comparável à de trens leves e, em alguns casos, pode até superar a de metrôs em determinados trechos. Essa alta capacidade, aliada à flexibilidade de rotas e à possibilidade de adaptação a diferentes contextos urbanos, faz do BRT uma solução eficiente para atender às necessidades de mobilidade das grandes cidades.

Qual a diferença do BRT para outros transportes públicos?

Veja a seguir como o BRT se diferencia de outros sistemas de transporte público:

Trem

Utilizado para longas distâncias e regiões metropolitanas, o trem é ideal para trajetos de alta capacidade, enquanto o BRT é mais focado em deslocamentos urbanos com alta frequência de viagens.

  • Capacidade: O trem possui uma capacidade de passageiros muito maior e é adequado para percorrer longas distâncias e áreas metropolitanas;
  • Trajeto: Operam em trilhos pré-estabelecidos e geralmente em trajetos intermunicipais ou regionais, enquanto o BRT é voltado a trajetos urbanos com estações frequentes;
  • Impacto ambiental: A maioria dos trens é movida a eletricidade, reduzindo a emissão de poluentes em comparação com o BRT movido a diesel.

Metrô

O metrô geralmente é subterrâneo e tem maior capacidade e velocidade, mas o BRT pode ser uma opção mais econômica e flexível para trajetos urbanos de média demanda.

  • Capacidade e velocidade: O metrô oferece alta capacidade e velocidade, operando em vias subterrâneas ou elevadas, enquanto o BRT circula em faixas exclusivas ao nível do solo;
  • Custo de implementação: A infraestrutura do BRT costuma ser mais barata e rápida de implementar do que a construção de linhas de metrô subterrâneas;
  • Flexibilidade: O BRT permite uma flexibilidade maior para alterações na rota e pode expandir mais rapidamente.

Monotrilho

Enquanto o monotrilho usa uma via elevada exclusiva, o BRT circula em faixas segregadas ao nível do solo, com menor custo de construção e manutenção.

  • Estrutura elevada: O monotrilho circula em via elevada, enquanto o BRT opera ao nível da rua, demandando menos estrutura física;
  • Integração: O BRT se integra facilmente com o trânsito urbano, já o monotrilho exige vias exclusivas elevadas;
  • Manutenção: O BRT tende a ter custos de manutenção mais baixos devido ao uso de ônibus tradicionais em vias dedicadas, diferindo da estrutura de monotrilhos.

VLT

O VLT circula sobre trilhos e é movido a eletricidade, sendo mais silencioso e com menos impacto ambiental. Já o BRT utiliza ônibus e pode ser uma alternativa mais prática em termos de infraestrutura.

  • Impacto ambiental: O VLT é movido a eletricidade, sendo mais sustentável e menos poluente do que o BRT, que utiliza ônibus a diesel ou biodiesel;
  • Conforto: O VLT oferece um nível de conforto superior, pois opera sobre trilhos, minimizando vibrações e proporcionando uma viagem mais estável;
  • Velocidade e capacidade: Ambos possuem capacidade e velocidade semelhantes, mas o BRT geralmente atinge seu limite de passageiros mais rapidamente em horários de pico.

Leia também: O que é VLT? Saiba como o transporte sobre trilhos funciona e facilita o deslocamento nas cidades

Quais são as vantagens do BRT?

O BRT é uma opção de transporte eficiente que apresenta diversas vantagens, especialmente em áreas urbanas com necessidade de alta capacidade e rapidez. Uma das suas principais vantagens é a operação em faixas exclusivas, o que reduz o impacto de congestionamentos, aumentando a velocidade e a pontualidade do sistema.

Além disso, é uma alternativa econômica para melhorar a mobilidade urbana, com menor custo de implementação comparado ao metrô ou VLT.

No geral, algumas das vantagens do BRT incluem:

  • Rapidez na implementação: O BRT demanda menos tempo e investimentos em infraestrutura do que sistemas sobre trilhos, facilitando sua implantação em áreas com necessidade urgente de transporte;
  • Flexibilidade de rota: É mais fácil ajustar ou expandir rotas de BRT de acordo com o crescimento da demanda, pois ele não depende de trilhos fixos;
  • Capacidade de integração: O BRT pode ser facilmente integrado a outros sistemas de transporte, como metrô e trens, permitindo uma rede intermodal de mobilidade urbana;
  • Redução de congestionamento: A operação em faixas exclusivas ajuda a diminuir os engarrafamentos nas vias comuns e contribui para um fluxo mais organizado e rápido de passageiros;
  • Acessibilidade: As estações de BRT são projetadas com acessibilidade, incluindo rampas e plataformas niveladas, facilitando o uso por pessoas com mobilidade reduzida;
  • Gestão eficiente: A operação do BRT é centralizada e monitorada em tempo real, o que permite ajustar a frequência dos ônibus conforme a demanda, melhorando a eficiência do sistema.

Quais são as desvantagens do BRT?

Embora o BRT apresente vantagens significativas, ele também possui algumas limitações que podem impactar sua eficiência e operação em determinadas áreas urbanas.

Algumas das desvantagens do BRT incluem:

  • Impacto ambiental: A maioria dos BRTs ainda utiliza ônibus a diesel, o que gera emissões de poluentes. Embora existam opções mais sustentáveis, como ônibus elétricos ou a biodiesel, sua implementação ainda é limitada;
  • Capacidade limitada: O BRT possui uma capacidade inferior ao metrô ou trem, o que pode resultar em superlotação em horários de pico;
  • Manutenção frequente: A pavimentação das faixas exclusivas exige manutenção constante devido ao alto tráfego de veículos pesados, o que pode gerar custos adicionais;
  • Vulnerabilidade a interferências: Embora operem em faixas exclusivas, os BRTs ainda podem ser afetados por interrupções nas vias, como acidentes ou interdições, o que impacta a fluidez do sistema;
  • Custo operacional: Apesar do menor custo inicial, a operação contínua do BRT e a necessidade de manutenção das vias podem resultar em gastos elevados a longo prazo;
  • Conforto reduzido em relação a outros meios: O BRT, ao operar com veículos sobre pneus, pode oferecer um nível de conforto inferior ao VLT ou metrô, devido à presença de vibrações e menor estabilidade durante o trajeto.

Onde tem BRT nas cidades brasileiras?

Que tal conhecer algumas cidades brasileiras que adotam o sistema de Bus Rapid Transit (BRT) para atender à crescente demanda por transporte rápido, acessível e de alta capacidade.

Listamos abaixo alguns exemplos de cidades que utilizam o BRT e seus principais trajetos:

  • Curitiba: Pioneira no conceito de BRT, Curitiba opera o sistema desde os anos 1970. Com corredores como o Expresso Biarticulado e estações-tubo icônicas, o sistema atende bairros centrais e periféricos com integração eficiente.
  • Rio de Janeiro: O BRT conecta importantes áreas da cidade, como a Barra da Tijuca, o Aeroporto Internacional do Galeão e o Centro. As linhas TransOeste, TransCarioca e TransOlímpica facilitam o deslocamento entre diferentes zonas e pólos de interesse.
  • Belo Horizonte: O sistema MOVE liga diferentes regiões da cidade ao Centro, passando pela Avenida Cristiano Machado, com a Estação Vilarinho, e pela Avenida Antônio Carlos, duas das vias mais importantes da capital.
  • Recife: Com o sistema Via Livre, uma das opções de transporte na cidade, o BRT liga áreas como o Terminal Integrado Pelópidas Silveira e o Terminal Integrado Tancredo Neves.
  • Campinas: Inaugurado em 2022, o BRT de Campinas conta com 36,6 km em corredores como o Perimetral, Campo Grande e Ouro Verde, que conectam diversas regiões da cidade.
  • Brasília: O Eixo Sul do BRT conecta o Plano Piloto às cidades-satélites do Gama e de Santa Maria, atendendo uma das regiões mais movimentadas do Distrito Federal com faixas exclusivas e estações modernas. Outros corredores, como o Eixo Oeste e o Eixo Monumental, também integram o sistema.
  • Goiânia: Além do BRT Eixo Anhanguera, o BRT Norte-Sul, inaugurado em 2024, já conecta o Terminal Isidória ao Recanto do Bosque em um trecho inicial de 17 km. Quando completo, o sistema terá 29,6 km, ligando terminais de Aparecida de Goiânia até o Parque Atheneu, com 31 estações ao longo do percurso.
  • Salvador: O BRT de Salvador foi inaugurado em 2022, conectando 14 estações da rodoviária à Lapa.

Projetos de BRT no Brasil

Além dos sistemas em operação, diversas cidades estão investindo em projetos de expansão e modernização do BRT para aprimorar a mobilidade urbana e expandir a capacidade de atendimento.

Para você ter uma ideia, veja alguns desses projetos nas cidades:

  • São Paulo: O Expresso Tiradentes, inaugurado em 1997, liga o bairro do Sacomã ao Parque Dom Pedro II, fazendo integração com outros modais. Em 2024, a prefeitura anunciou o início das obras do BRT Radial Leste, que ligará o Parque Dom Pedro II à estação Penha do Metrô, reduzindo o tempo de viagem entre o Centro e a Zona Leste em até 50%.
  • Porto Alegre: A implementação de um sistema BRT em Porto Alegre é amplamente discutida há alguns anos, mas ainda não se tornou realidade. O projeto, que visava melhorar a mobilidade urbana da cidade, já enfrentou diversos obstáculos, como questões financeiras e divergências políticas. Uma alternativa que tornaria a integração ao metrô de Porto Alegre ainda mais eficiente, com estações próximas a corredores do BRT.
  • Fortaleza: Fortaleza pretende expandir o sistema para cobrir mais bairros, como Messejana, complementando o VLT e os ônibus convencionais. O BRT de Fortaleza iniciou suas operações em 2014, com o corredor Antônio Bezerra/Papicu.

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