Grafite em SP: Conheça os principais pontos de arte urbana a céu aberto

O que antes era uma contravenção, agora não pode faltar no roteiro turístico da cidade. Conheça a história do grafite em SP e como chegar aos principais pontos

Por Redação - 15/10/2021 às 12:21
Atualizado: 25/09/2024 às 11:46
Foto que ilustra matéria sobre grafite em SP mostrando um dos muros do Beco do Batman, localizado no bairro da Vila Madalena.

Considerada a capital do grafite no Brasil, é raro andar pelas ruas de São Paulo sem se deparar com muros e empenas (laterais) de prédios coloridos com arte urbana. Porém, nem sempre foi assim: desde a época da Ditadura Militar até pouco tempo atrás, em 2011, quando foi descriminalizado, fazer grafite em SP era proibido por lei. Na ditadura, inclusive, a própria ocupação da rua era considerada um ato político. Mas isso não impediu que grafiteiros, como Alex Vallauri, um dos primeiros a pintar espaços públicos na cidade, fizessem sua arte. 

E agora, mais de sessenta anos mais tarde, visitar os locais onde tem grafite em SP virou parte indispensável do roteiro turístico tanto de quem mora quanto de quem visita a capital paulista – que abriga, atualmente, obras de artistas renomados internacionalmente, como OSGEMEOS (Gustavo e Otávio Pandolfo), Eduardo Kobra, Titi Freak, e muitos outros.

Saiba mais sobre o grafite em São Paulo e conheça os principais pontos da cidade para visitar a seguir!

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Onde encontrar grafite em SP?

É basicamente impossível passear por qualquer região da capital paulista sem encontrar um grafite. Os painéis, muros e empenas com grafite em SP são tantos que podemos dizer que a cada esquina você vai se deparar com uma obra de arte, seja em viadutos, no metrô, em bairros nobres ou periféricos.

Conheça alguns dos principais lugares da cidade que contam com obras de grafite:

Museu Aberto de Arte Urbana

É em São Paulo que você pode visitar o Museu Aberto de Arte Urbana, localizado na Zona Norte: um conjunto de 66 obras de grafites sobre as 33 pilastras do trecho elevado da Linha 1 – Azul do Metrô – mais especificamente entre as estações Tietê, Santana e Carandiru. 

Lá você encontra painéis feitos pelos artistas Binho Ribeiro, Mag Magrela, Crânio, Chivitz, Presto, entre outros.

Além de ser uma exposição democrática por ser gratuita, é também por você poder visitá-la passeando de bicicleta pela ciclovia, a pé ou até mesmo de ônibus ou carro na Avenida Cruzeiro do Sul. E sim, você pode ver os grafites nos dois sentidos do percurso, pois as obras ficam dos dois lados das pilastras. 

Como chegar:

  • Metrô: Estações Tietê, Santana e Carandiru (Linha 1 – Azul)
  • Ônibus: Terminal Santana e Terminal Rodoviário Tietê
  • Carro: na altura da Av. Cruzeiro do Sul, 2611

Minhocão

O elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão, além de ser um importante corredor de ligação do trânsito entre as Zonas Leste e Oeste de São Paulo, é também uma grande área de lazer quando fechado para automóveis aos sábados, domingos e feriados.

E além de poder aproveitar a via para se locomover no dia a dia ou praticar esportes e apenas passear aos fins de semana, quem passa por ali tem uma vista privilegiada de obras nos prédios.

Alguns já estão no local há muitos anos, enquanto outros tiveram vida curta. Mas o que vale destacar é que o Minhocão se tornou uma verdadeira galeria de arte urbana a céu aberto, recheado de murais coloridos – muitos deles assinados por artistas renomados que já mencionamos anteriormente, como Kobra e OSGEMEOS, além de Nina Pandolfo (casada com Otávio Pandolfo, um dos gêmeos), Crânio, entre outros.

Como chegar:

  • Metrô: Estações Marechal Deodoro e Santa Cecília (Linha 3 – Vermelha) e Higienópolis-Mackenzie (Linha 4 – Amarela)
  • Ônibus: Terminal Santa Cecília ou que passa pelas Avenidas São João, General Olímpio da Silveira (embaixo do Minhocão) e Av. Consolação
  • Carro: é possível ver os grafites passando pelo próprio Minhocão ou então estacionar próximo às entradas da Av. Francisco Matarazzo, Av. Angélica ou Av. Consolação

Beco do Batman

Localizado no bairro da Vila Madalena, nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, o Beco do Batman é uma pequena área de becos de ruas de paralelepípedos, que ficou conhecido justamente por seus grafites coloridos que decoram os muros.

Em 1980, encontraram no beco um mural de um homem-morcego. Então, estudantes de artes plásticas das universidades paulistas começaram a desenhar por ali também, fazendo com que, até hoje, as obras sejam renovadas constantemente – e a comunidade ajuda em sua conservação. Nomes como Mag Magrela, Orgânico e Binho Ribeiro já fizeram parte dos muros do local.

Além de ter se tornado um grande ponto turístico de grafite em SP, o Beco do Batman é também bastante frequentado por moradores da cidade, que, a cada vez que visitam suas vielas, podem encontrar novas pinturas.

Como chegar:

  • Metrô: Estações Vila Madalena e Sumaré (Linha 2 – Verde)
  • Ônibus: próximo à Av. Henrique Schaumann, R. Cardeal Arcoverde e R. Teodoro Sampaio
  • Carro: entrada pela R. Harmonia, entre a R. Aspicuelta e R. Luís Murat

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Complexo Viário José Roberto Fanganiello Melhem

O Complexo Viário José Roberto Fanganiello Melhem, também conhecido como Complexo Viário da Rebouças, Túnel da Avenida Paulista ou, ainda, Buraco da Paulista, é mais um dos pontos em que você encontra grafite em SP.

Por fazer a ligação entre as avenidas Paulista, Rebouças e Dr. Arnaldo, é um local que recebe bastante fluxo de pessoas, principalmente de ônibus ou carro durante os dias da semana. É possível ver os grafites também pela parte de cima, a pé ou de bike.

O espaço é onde surgiram os primeiros grafites de São Paulo, feito de forma ilegal, em 1989, pelo artista Rui Amaral, um dos poucos preservados desde sua pintura.

O local ainda conta com diversas outras obras que abordam, principalmente, o imaginário popular brasileiro. Por mais que a maioria dos desenhos mudem ao longo do tempo, sempre se renovando, isso faz com que seja um espaço que vale a pena voltar, além de ser um alívio visual para quem passa por ali no dia a dia.

Como chegar:

  • Metrô: Estações Consolação (Linha 2 – Verde) e Paulista (Linha 4 – Amarela)
  • Ônibus: os que passam pelo Complexo costumam ir e vir da Av. Paulista, Dr. Arnaldo e Rebouças
  • Carro: basta seguir da Dr. Arnaldo ou Rebouças à Av. Paulista e vice-versa. Aos fins de semana e feriados, você pode estacionar o carro pela região, em uma das paralelas da Av. Paulista, e passar por ali a pé ou de bike

Avenida Tiradentes

A avenida que liga a Zona Norte ao Centro de São Paulo também tem artes por todos os lados. Basta parar em um semáforo vermelho para apreciar os painéis e muros por toda a extensão da Av. Tiradentes.

O destaque é o prédio com o Mural da Luz, feito pelo artista Daniel Melim, em 2011, um dos primeiros depois da Lei Cidade Limpa, que restringiu a publicidade em espaços públicos. 

Vale destacar que intervenções artísticas, como grafite em murais ou empenas não precisam ser aprovadas pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), necessitando apenas da autorização prévia do proprietário do imóvel ou, em casos de locais públicos, do órgão responsável pelo uso e guarda do bem.

Como chegar:

  • Metrô e trem: Estação da Luz 
  • Ônibus: que passa pela Av. Tiradentes ou Prestes Maia
  • Carro: Av. Tiradentes ou Prestes Maia, sendo possível parar o carro nas vias que as cruzam

São Miguel Paulista

Em 2021, três murais foram grafitados na Zona Leste de SP, fazendo referência à história do estado e do bairro de São Miguel Paulista, um dos mais antigos da cidade. 

Os artistas, dos coletivos Arte e Cultura na Kebrada, BocaSujaCrew e Sou Favela, moradores da região, fizeram uma pesquisa sobre a história do local, com o objetivo de fazer com quem passasse por ali também a conhecesse.

Um dos murais, “Histórias em Nossas Memórias”, inclusive, pode ser visto por quem passa na Linha 12 da CPTM, entre as estações Comendador Ermelino e São Miguel Paulista, na empena de um conjunto habitacional da Vila Nova União.

Como chegar:

  1. “Histórias em Nossas Memórias”: Rua Corinthians, 2-98 – Vila Nova União
  2. “Raízes Brasileiras”: Av. Dr. Assis Ribeiro, 3500 – Cangaíba
  3. “Memória e Poesia em Traço Negro”: Rua Capachós, s/n – Jardim Celia
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Outros artistas que valem a pena conhecer

É claro que uma capital do grafite possui muito mais locais com arte a céu aberto do que podemos descrever aqui. Além disso, existem vários artistas que espalham suas obras por toda a cidade (e até mesmo países), fazendo com que não seja possível indicar apenas um destino para visitar.

É o caso dos três que trazemos a seguir e que você não pode deixar de conhecer:

Alex Senna

Nascido em 1983, Alex Senna é um ilustrador e grafiteiro com estilo inconfundível, principalmente por conta de sua linguagem carregada de emoção e personagens marcantes, feitos com traços simples em preto e branco, mas ricos em detalhes.

É possível encontrar obras de Alex nas mais diversas regiões de SP, em empenas, embaixo de viadutos, em murais privados e particulares, além de muros de escolas e portões de estabelecimentos.

Inclusive, o artista participou da edição de 2020 do NaLata – Festival Internacional de Arte Urbana.

Zezão

Conhecido como Zezão, José Augusto Amaro Handa começou a fazer grafites em lugares bem peculiares e nada óbvios, como em canais de esgoto e galerias de águas pluviais, além de casas abandonadas, becos desertos e vãos embaixo de viadutos por toda a cidade. 

Suas formas delicadas em tons predominantemente azuis invadem espaços subterrâneos, geralmente acinzentados, criando um belo contraste. 

E por que grafitar locais tão inusitados? O foco de Zezão é, justamente, fazer uma crítica à violência urbana e aos problemas das grandes cidades, a fim de provocar um diálogo sobre a marginalidade e a superficialidade em que vivemos. 

Além disso, o artista expandiu sua produção artística reaproveitando objetos do lixo e sucata para compor suas pinturas, como pedaços de madeira abandonados pela cidade – trazendo também o debate sobre reciclagem e sustentabilidade em seus projetos.

Hoje, os grafites de Zezão estão presentes não só nesses lugares de SP, mas também em galerias de arte de todo o mundo, como Berlim, Cidade do Cabo, Londres, Milão, Nova Iorque e muito mais.

Mag Magrela

Desenhista, pintora, escultora, cantora e grafiteira, Carolyna Barbara Maciel, mais conhecida como Mag Magrela, teve contato com a arte desde pequena por causa de seu pai, que pintava telas.

Criada em um dos antros da arte urbana, a Vila Madalena, suas obras são caracterizadas por, principalmente, figuras femininas e temas da cultura brasileira, como a fé, a batalha do dia a dia, a busca pelo ganha-pão e, claro, o feminino e o ancestral.

A artista, que faz parte de um dos painéis do MAAU, citado acima, também possui obras em outras cidades espalhadas pelo mundo, como Lisboa e Londres.
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