O que é VLT? Saiba como o transporte sobre trilhos funciona e facilita o deslocamento nas cidades

Conheça essa solução limpa e eficiente, já adotada por cidades como Rio de Janeiro e Santos, que oferece conforto, agilidade e integração a outros transportes públicos essenciais

Por Redação - 22/11/2024 às 21:58
Atualizado: 23/11/2024 às 10:16
Foto que ilustra matéria sobre o que é VLT mostra um dos Veículos Leves sobre Trilhos do Rio de Janeiro em um dia claro e de céu azul com o morro do Corcovado ao fundo (Foto: Wikimedia Commons)

Um transporte público que une o conforto do metrô com a praticidade de um ônibus, mas com um toque mais moderno e sustentável. De maneira bem resumida, essa é uma boa forma de descrever o que é VLT, ou Veículo Leve sobre Trilhos, uma opção tranquila e eficiente nas cidades que investem nesse tipo de mobilidade.

Com seus trilhos exclusivos e veículos elétricos, ele oferece uma experiência de transporte suave e silenciosa, além de contribuir para um ambiente mais limpo e saudável.

Embarque conosco nesta leitura, a seguir, para conhecer um pouco mais sobre o que é o VLT e como ele funciona nas cidades brasileiras que já contam com a opção entre os modais de transporte público.

O que é VLT?

O Veículo Leve sobre Trilhos, mais conhecido pela sigla VLT, é um sistema de transporte público urbano que opera de maneira semelhante a um metrô, combinando as vantagens do trem e do ônibus.

Como uma alternativa eficiente e sustentável para as grandes cidades, ele circula sobre trilhos e costuma utilizar um sistema elétrico, ligando pontos estratégicos em cidades e reduzindo o trânsito de veículos nas vias.

Esse é um transporte projetado para atender áreas urbanas de menor porte e com menos necessidade de alta capacidade de passageiros.

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Características do VLT

O VLT é conhecido por sua construção compacta e leve, ideal para vias urbanas de espaço reduzido.

Ele circula em trilhos instalados ao nível do solo e, geralmente, não necessita de grandes intervenções na infraestrutura urbana, com vagões silenciosos e que permitem integração com outros sistemas de transporte.

Além disso, o VLT usa energia elétrica, o que minimiza emissões de poluentes, tornando-se uma opção ecologicamente correta.

Algumas das principais características do VLT são:

  • Flexibilidade: O VLT pode ser adaptado a diferentes traçados urbanos, incluindo ruas estreitas e centros históricos, oferecendo uma solução de transporte eficiente para diversas localidades.
  • Capacidade: Embora seja considerado um sistema de média capacidade, o VLT pode transportar um número significativo de passageiros, especialmente em horários de pico, contribuindo para a redução do congestionamento nas ruas.
  • Conforto: Os veículos são projetados para oferecer um ambiente agradável aos passageiros, com assentos confortáveis, ar condicionado e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.
  • Segurança: O VLT possui sistemas de segurança avançados, como freios regenerativos e sistemas de monitoramento, que garantem uma operação segura e confiável.
  • Integração: Os VLTs são projetados para se integrar a outros sistemas de transporte público, como metrô, ônibus e bicicletas, facilitando a mobilidade urbana, além de seu nível de rua permitir uma maior integração com o ambiente urbano, valorizando o espaço público e estimulando o desenvolvimento de atividades comerciais e culturais ao longo das linhas.
  • Trilhos: Circula sobre trilhos, o que garante maior estabilidade e menor desgaste das vias em comparação aos ônibus.
  • Plataforma segregada: Em muitos casos, os VLTs operam em vias exclusivas, separadas do tráfego comum, o que pode aumentar a velocidade e a regularidade do serviço.
  • Energia: A maioria dos VLTs é elétrica, o que reduz a emissão de poluentes e contribui para um meio ambiente mais limpo.

Como funciona o VLT?

De um modo geral, o funcionamento do VLT é simples e semelhante a outros meios de transporte sobre trilhos. Ele opera com intervalos regulares, transportando passageiros ao longo de um trajeto fixo e bem definido, com estações distribuídas em pontos estratégicos da cidade, permitindo fácil acesso ao sistema.

A operação do VLT é controlada por uma central que garante a pontualidade e segurança das viagens, ajustando a frequência dos trens conforme a demanda de passageiros.

Como pagar a passagem em um VLT?

Para utilizar o VLT, os passageiros contam com diversas opções de pagamento. A forma mais comum é adquirir um bilhete ou cartão de transporte específico, disponível para compra nas estações, em terminais ou em máquinas de autoatendimento.

No entanto, muitos sistemas de VLT oferecem bilhetagem eletrônica, permitindo que os usuários paguem a tarifa de forma rápida e prática.

Em algumas cidades, é possível utilizar cartões de crédito e débito diretamente nos validadores, eliminando a necessidade de adquirir bilhetes físicos.

Além disso, alguns sistemas permitem a utilização de cartões de transporte integrados, que facilitam a conexão entre o VLT e outros modais, como ônibus, metrôs e trens.

Agora, vale saber que o valor da tarifa pode variar de acordo com a cidade e o tipo de integração disponível.

Qual é a capacidade média de transporte do VLT?

A capacidade de transporte de um VLT é bastante versátil e pode variar consideravelmente dependendo do modelo específico, da demanda da linha e da configuração do veículo.

Em média, um VLT pode transportar entre 150 e 300 passageiros por composição, oferecendo tanto assentos quanto espaço para passageiros em pé.

Essa capacidade intermediária entre ônibus e metrô o torna ideal para atender a demanda de trajetos urbanos com fluxo constante de passageiros, especialmente em centros históricos e áreas com ruas estreitas.

Aqui, também é importante destacar que a capacidade máxima de um VLT pode ser influenciada por fatores como:

  • Número de módulos: Composições mais longas, formadas por vários módulos articulados, que podem transportar um número maior de passageiros.
  • Horário de pico: Durante os horários de maior movimento, a capacidade pode ser ligeiramente reduzida para garantir o conforto e a segurança dos passageiros.
  • Configuração interna: A disposição dos assentos, a presença de áreas para pessoas com mobilidade reduzida e a existência de bicicletários podem influenciar a capacidade total.

Em alguns casos, para atender a uma demanda ainda maior, é possível acoplar várias composições, formando trens mais longos e com capacidade de transporte significativamente maior.

No geral, a capacidade do VLT oferece uma flexibilidade que o torna uma solução de transporte eficiente para diversas situações, adaptando-se às necessidades específicas de cada cidade e rota.

Qual a diferença do VLT para outros transportes públicos?

Veja a seguir como o VLT se diferencia dos demais tipos de transportes públicos que conhecemos:

Trem

O trem é utilizado principalmente para longas distâncias e áreas metropolitanas, conectando cidades e regiões distantes.

Ele opera com uma capacidade muito maior e em alta velocidade, enquanto o VLT é mais voltado para trajetos urbanos e mais curtos.

  • Flexibilidade: O VLT é mais flexível em relação ao traçado das ferrovias comuns, podendo adaptar-se a diferentes configurações urbanas, enquanto o trem geralmente segue rotas predefinidas e com maior infraestrutura;
  • Impacto ambiental: O VLT, movido a eletricidade, gera menos poluição sonora e atmosférica em comparação com trens movidos a diesel;
  • Integração urbana: O VLT está mais integrado ao ambiente urbano, permitindo uma maior interação com os pedestres e com o comércio local.

Metrô

O metrô circula, em geral, por vias subterrâneas ou elevadas e oferece alta capacidade e velocidade. Já o VLT é mais adaptável a superfícies urbanas e demanda menor investimento em infraestrutura.

Mas outras diferenças também podem ser notadas, como:

  • Custo de implantação: A construção de um sistema VLT geralmente é mais barata e menos complexa do que a de um metrô, especialmente em áreas urbanas densas;
  • Frequência: O VLT pode oferecer uma frequência de viagens maior do que o metrô em algumas linhas, o que pode ser vantajoso para trajetos mais curtos;
  • Impacto visual: O VLT, ao operar em nível de rua, possui um impacto visual menor e se integra melhor ao cenário urbano.

Monotrilho

Uma das diferenças entre os transportes é que o monotrilho opera semelhante ao metrô, mas usa uma via elevada exclusiva.

O VLT, ao contrário, utiliza trilhos ao nível do solo e é mais flexível na adaptação ao cenário urbano.

  • Custo de manutenção: O VLT geralmente apresenta custos de manutenção mais baixos em comparação com o monotrilho, devido à sua tecnologia mais simples;
  • Adaptabilidade: O VLT é mais adaptável a diferentes tipos de terreno e pode ser facilmente integrado a outros sistemas de transporte;
  • Capacidade: Embora o monotrilho possa ter uma capacidade similar ao VLT, este último pode oferecer maior flexibilidade em termos de configuração e número de veículos.

BRT

Outra modalidade já familiar aos moradores de algumas cidades é o BRT (Bus Rapid Transit), um sistema de ônibus que usa faixas exclusivas e tem alta capacidade.

Embora similar no conceito de transporte de média capacidade, o VLT é movido a eletricidade e possui trilhos, diferindo assim em estrutura e impacto ambiental.

  • Conforto: O VLT oferece um nível de conforto superior ao BRT, devido à ausência de vibrações e à maior estabilidade do veículo;
  • Velocidade: O VLT, ao operar sobre trilhos, pode atingir velocidades maiores do que o BRT, especialmente em trechos retos;
  • Impacto ambiental: O VLT, movido a eletricidade, é mais silencioso e menos poluente do que o BRT, que utiliza ônibus a diesel. Agora, existem BRTs que operam utilizando biodiesel como combustível, outra alternativa mais sustentável.

Quais são as vantagens do VLT?

O VLT oferece vantagens como baixo impacto ambiental, já que é movido a eletricidade e emite menos poluentes.

Ele também é mais silencioso, o que melhora a qualidade de vida nas áreas urbanas onde opera.

Esse transporte também pode ser integrado a outros sistemas, facilitando a mobilidade dos passageiros entre modais variados.

Além disso, é uma alternativa moderna e confortável para trajetos de curta distância, ajudando a reduzir a circulação de veículos particulares e o congestionamento urbano.

No geral, algumas das vantagens do VLT podem ser:

  • Flexibilidade: O VLT pode ser adaptado a diferentes traçados urbanos, incluindo ruas estreitas e centros históricos, oferecendo uma solução de transporte eficiente para diversas localidades;
  • Estética urbana: A presença do VLT pode valorizar o espaço urbano, contribuindo para a revitalização de áreas e atraindo novos investimentos;
  • Segurança: Os sistemas de segurança dos VLTs são geralmente mais avançados do que os de ônibus, proporcionando maior segurança aos passageiros;
  • Conforto: Os veículos são projetados para oferecer um ambiente agradável aos passageiros, com assentos confortáveis, ar condicionado e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida;
  • Incentivo ao uso de transporte público: A implantação do VLT pode estimular a mudança de hábito dos usuários, incentivando a utilização do transporte público e reduzindo a dependência do automóvel.

Quais são as desvantagens do VLT?

Apesar das vantagens, o VLT possui algumas limitações, a exemplo do custo inicial de implantação, que pode ser alto, exigindo investimentos em infraestrutura e trilhos. Além disso, sua capacidade de transporte, embora superior à de ônibus, ainda é inferior à de metrôs, o que pode limitar sua eficiência em horários de pico em cidades grandes.

Como em outros transportes, o VLT exige manutenção constante dos trilhos e estações, e sua velocidade é geralmente inferior à de outros sistemas como metrô e trem, o que pode estender o tempo de viagem em alguns casos.

Para você ter uma ideia, listamos algumas limitações do VLT a seguir:

  • Impacto visual: A implantação de trilhos pode alterar a paisagem urbana e gerar alguma resistência por parte da população local;
  • Vulnerabilidade a congestionamentos: Em algumas situações, o VLT pode ficar sujeito a congestionamentos, especialmente em cruzamentos com outras vias;
  • Dificuldade de expansão: A expansão de um sistema VLT pode ser mais complexa do que a de um sistema de ônibus, devido à necessidade de adaptar a infraestrutura existente;
  • Custo de manutenção: A manutenção dos trilhos e da sinalização pode gerar custos operacionais elevados a longo prazo.

Onde tem VLT nas cidades brasileiras?

O Brasil conta atualmente com sistemas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em operação em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, Santos e Fortaleza.

Em cada local, o VLT foi implantado para atender demandas específicas de mobilidade, especialmente em áreas urbanas com necessidade de transporte rápido e sustentável.

Alguns exemplos de cidades com VLT e seus principais trajetos são:

Projetos de VLT no Brasil

Além das cidades que já possuem sistemas de VLT em operação, diversas outras estão investindo em novos projetos para expandir a oferta de transporte sobre trilhos e melhorar a mobilidade urbana.

Alguns dos principais projetos em andamento ou em planejamento são:

  • Cuiabá: A Capital Mato-Grossense, que já iniciou um projeto de VLT no passado, pretende ter duas linhas com 23 km, uma ligando a região do Porto até o Bairro CPA, já a outra prevê ligar a região do centro ao distrito industrial.
  • Brasília: A capital federal possui um projeto de VLT em fase de estudos que ligará Brasília a Luziânia, a 58 km do Distrito Federal.
  • Sorocaba: A cidade paulista planeja um sistema de VLT que atenderá a região central e outros bairros importantes.
  • São Paulo: A Capital Paulista possui diversos estudos e projetos para a implantação de VLTs em diferentes regiões da cidade, visando complementar a rede de metrô e ônibus.
  • Salvador: O VLT da Capital Baiana terá aproximadamente 36,4 km de extensão, com 34 estações distribuídas em três grandes trechos: Ilha de São João – Calçada, Paripe – Águas Claras e Águas Claras – Piatã.
  • Curitiba: A Capital Paranaense, conhecida por ser referência em sistema de transporte público, está estudando a implantação de um VLT na região metropolitana, com um eixo que conectaria até o Aeroporto Internacional Afonso Pena.

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