Por que a parcela do financiamento do imóvel pode aumentar?

Indexador utilizado e risco do seguro podem deixar parcela mais cara, mesmo nos sistemas Price e SAC

Por Redação - 01/03/2023 às 12:11
Atualizado: 15/09/2024 às 22:43
Foto que ilustra matéria sobre porque a parcela do financiamento do imóvel pode aumentar mostra um casal sentado no sofá e vendo papéis

No momento de contratar o financiamento imobiliário parece bem simples: você pode optar pelo sistema SAC, em que as parcelas caem ao longo do tempo, ou pelo sistema Price, em que elas são iguais até o fim do contrato.

Acontece que, eventualmente, a parcela do financiamento é reajustada em relação à tabela projetada pelo banco no início.

Em alguns casos, inclusive, o reajuste não só aumenta a parcela, mas torna o próprio saldo devedor superior ao do início do financiamento.

Mas por que isso acontece? Abaixo, detalhamos as principais razões para que a parcela do financiamento imobiliário suba e como evitar que isso ocorra.

Navegue pelo conteúdo:

Indexador do contrato pode ser o grande vilão da parcela do financiamento

Quando o banco projeta as parcelas a serem pagas ao longo de muitos anos, muitas vezes décadas, ele está fazendo simplesmente uma projeção.

Isso ocorre porque é impossível saber o resultado futuro de variáveis presentes no contrato e que compõem, muitas vezes, parte dos juros, como a inflação ou a TR.

Assim, se você possui um contrato indexado ao IPCA, por exemplo – e a inflação sobe muito, como aconteceu no período da pandemia, a correção do seu saldo devedor e das suas parcelas será mais pesada, elevando o preço a ser pago.

Contudo, isso não significa que o valor das parcelas seja completamente imprevisível. Dependendo do modelo de juros e indexadores utilizados, a sensibilidade dos contratos a esses reajustes pode ser maior ou menor.

Prefixado + TR: a melhor opção para quem não quer se arriscar

Os contratos cujos juros são prefixados (uma taxa determinada, como 8% ao ano) e indexados à taxa referencial (TR) podem até sofrer variações de preços, mas o impacto nas parcelas é muito mais suave.

Isso porque a parte prefixada dos juros tende a ser a principal e já está sendo considerada nas projeções das parcelas.

A variação pode vir da TR, taxa que depende da movimentação de títulos públicos no mercado secundário – e sobe quando a taxa básica de juros, a Selic, é elevada.

O valor, contudo, não costuma ser um problema. Depois de um bom tempo zerada, a TR dos últimos 12 meses (fev/22 – jan/23) está em 1,78% ao ano.

Encontre o imóvel ideal sabendo quanto vai gastar desde o início
Encontre o imóvel ideal sabendo quanto vai gastar desde o início Compre o seu

Indexação pela poupança: encarece com os juros

Nos últimos anos, os bancos, principalmente a Caixa Econômica Federal, apresentaram novas possibilidades de juros e correção para os financiamentos.

Uma delas foi a indexada ao rendimento da poupança, além de uma taxa prefixada, que costuma ser menor do que a dos contratos ligados à TR.

Como boa parte dos recursos do crédito imobiliário é captada pelos bancos via caderneta de poupança, atrelar a correção ao rendimento protege as instituições financeiras, que têm praticamente garantido o ganho da taxa prefixada.

Por conta disso, a taxa prefixada é mais baixa. Em 2019 e 2020, por exemplo, enquanto o modelo tradicional oferecia contratos a 8% + TR, eles ficavam em torno de 3% + poupança, segundo o Valor Econômico.

Isso atrai os compradores, mas tem um risco: quanto maiores os juros básicos (Selic) no país, maior a rentabilidade da poupança (até o limite de 6,17% ao ano + TR).

Como nos últimos anos a Selic saiu de um patamar baixíssimo, de 2%, para 13,75%, a poupança saiu de aproximadamente 1,4% para 6,17%, o que impactou duramente quem contratou esse modelo de financiamento.

Inflação: um risco necessário em um especialista como o Brasil

O modelo mais arriscado de contrato imobiliário é aquele indexado à inflação. Do mesmo modo que os contratos ligados à poupança, ele protege o credor da alta de preços, que pode gerar fortes estragos ao longo de décadas.

Assim, a taxa prefixada tende a ser baixa, o que atrai compradores em tempos de IPCA baixo. Contudo, por se tratar de uma dívida geralmente de longo prazo, o comprador não deve se atentar apenas à inflação de momento, mas sim a que pode ocorrer ao longo do período do financiamento.

E em um país com forte histórico de inflação como o Brasil, indexar seu contrato a essa variável pode ser uma péssima decisão.

Leia mais: Como se proteger da inflação investindo em imóveis?

Agravante: indexação ao IGP-M ou INCC

Se a correção pelo IPCA já pode ser arriscada, quando o ajuste é feito por índices de preços mais voláteis, como o IGP-M e o INCC, a dor no bolso pode ser ainda maior.

Isso porque esses índices medem com menor precisão o custo de vida e estão fortemente associados a elementos às vezes distantes do cotidiano, como o preço de determinadas matérias-primas e a variação cambial.

Esses índices costumam ser muito utilizados em financiamentos realizados com a construtora.

Fator risco do seguro

Em toda parcela do financiamento imobiliário, o tomador de crédito paga um seguro por morte e invalidez permanente, que protege a instituição financeira de perder o crédito caso o comprador venha a falecer ou perca suas condições laborais para arcar com a dívida.

A grande questão é que, quanto mais velhos estamos, maior é o risco de virmos a falecer, por exemplo. Quando o comprador pula de faixa etária (dos 29 para os 30 anos, por exemplo), pode haver um aumento do custo desse seguro.

Onde encontrar as melhores condições para o financiamento imobiliário?

Escolher um contrato de financiamento para a compra de imóveis não é uma tarefa fácil, Afinal, além dos inúmeros indexadores possíveis, é preciso comparar prazos, taxas e condições de cada instituição financeira.

Para tornar essa pesquisa mais fácil e efetiva, o QuintoAndar oferece aos seus usuários um simulador de financiamento, que compara as taxas utilizadas nos bancos para sugerir a melhor oferta ao comprador.

Além disso, quem compra um imóvel pelo QuintoAndar conta com as orientações dos executivos de negócio e pós-venda da plataforma, que auxiliam em toda a burocracia e em dicas para obter um bom contrato de financiamento.

As melhores taxas do mercado para financiar seu imóvel
As melhores taxas do mercado para financiar seu imóvel Quero financiar
Este artigo foi útil?
  Média: 0


© 2025 por QuintoAndar. Todos os direitos reservados. O conteúdo desse site poderá ser compartilhado desde que seja mencionado que é de autoria de QuintoAndar.
O QuintoAndar disponibiliza a caixa de comentários abaixo para os leitores trocarem informações, mas não se responsabiliza pelo conteúdo publicado por eles. Comentários inapropriados serão removidos.

Carregando comentários...


Leia também