Ao contratar um financiamento habitacional, por exemplo, você inevitavelmente vai lidar com o saldo devedor, que é o valor que ainda resta pagar ao banco. Esse número é dinâmico e muda de acordo com fatores como juros e amortizações definidos na hora de aceitar o contrato. Além disso, ele reduz conforme as parcelas são quitadas.
Nesse sentido, é importante acompanhar a evolução da dívida e também do saldo devedor, principalmente em situações pontuais como a declaração do Imposto de Renda e eventuais renegociações, por exemplo.
Então, se você quer entender melhor esse conceito para evitar futuras dores de cabeça com dívidas, continue a leitura!
Navegue pelo conteúdo
- O que é saldo devedor?
- Como o saldo devedor é calculado?
- Porque o saldo devedor é maior que o valor financiado?
- Como saber o meu saldo devedor?
- 1. Extrato do financiamento
- 2. Contratos e documentos
- 3. Central de atendimento
- Por que meu saldo devedor aumenta?
- 1. Juros acumulados
- 2. Correção monetária
- 3. Atrasos no pagamento
- 4. Sistema de amortização escolhido
- 5. Despesas adicionais
- Porque o saldo devedor aumenta na Tabela Price?
- Como quitar o saldo devedor?
- Como funcionam os juros e as amortizações no financiamento imobiliário?
- Como os pagamentos antecipados impactam o saldo devedor?
- Como fazer a renegociação de dívida e quais seus benefícios?
- Encontre o imóvel certo para você

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O que é saldo devedor?

Quando você tem uma dívida como um financiamento imobiliário, um consórcio ou um empréstimo em aberto, por exemplo, o saldo devedor nada mais é do que o valor total que ainda precisa ser pago.
Ou seja, ele representa o montante que você deve ao credor, como um banco ou instituição financeira, incluindo a dívida principal e, em alguns casos, os juros acumulados.
A princípio, o saldo devedor diminui à medida que as parcelas são pagas. Dependendo do tipo de contrato, ele pode incluir também a atualização monetária com base em índices de inflação ou taxas de juros.
Além disso, vale ressaltar que esse saldo não corresponde ao valor mensal pago, já que as parcelas geralmente incluem amortização (redução do valor principal da dívida) e juros.
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Como o saldo devedor é calculado?

O saldo devedor de um financiamento é calculado da seguinte forma: ao longo do contrato, o valor das parcelas pagas são subtraídas do valor total. Assim, o montante que sobrar em aberto, ou seja, a dívida, é o saldo devedor.
No entanto, esse cálculo não é tão simples quanto parece, pois envolve o acréscimo de juros e encargos, o que torna o saldo devedor maior do que o valor das prestações pagas.
Assim, as parcelas mensais do financiamento são compostas por dois componentes principais: a amortização (redução do valor principal) e os juros.
Nesse sentido, é importante entender qual sistema de amortização foi utilizado para que o cálculo seja feito corretamente. Atualmente, os quatro principais sistemas de amortização são:
- Tabela Price
- Sistema de Amortização Crescente (SAC)
- Sistema Americano
- Sistema de Pagamento Único
No Brasil, os sistemas mais utilizados são a Tabela Price e SAC. Contudo, cada um possui uma forma diferente de calcular a amortização e, consequentemente, o saldo devedor.
Na Tabela Price, o saldo devedor tende a diminuir mais lentamente, já que as primeiras parcelas têm maior peso de juros. Por outro lado, no SAC, as parcelas de amortização são fixas, então, o saldo devedor diminui mais rapidamente.
Em outras palavras, o SAC é ideal para quem não prevê aumento significativo da renda.
Qualquer que seja o caso, você deve verificar diretamente com o banco como quitar financiamento, reduzir essa dívida e gerenciá-la. Afinal, esse saldo pode variar devido ao valor da parcela, o prazo de pagamento e os juros incidentes.
Porque o saldo devedor é maior que o valor financiado?
Durante um financiamento imobiliário, os juros são aplicados sobre o valor do empréstimo, e, mesmo que você pague as parcelas mensais, o valor total da dívida aumentará ao longo do tempo. Isso ocorre porque, em muitos sistemas de amortização, como o sistema de Tabela Price, as primeiras parcelas são compostas principalmente por juros.
Além dos juros, o financiamento pode ter encargos adicionais, como taxas administrativas ou seguros obrigatórios, que também são incorporados ao valor. Esses encargos fazem com que o total a ser pago seja superior ao valor inicial emprestado.
Por fim, ainda tem a questão do prazo: quanto maior o prazo do financiamento, maior será o impacto dos juros compostos sobre o saldo devedor.
Ou seja, mesmo que as parcelas mensais sejam menores, o valor total pago ao final do financiamento pode ser muito maior do que o valor que você pegou emprestado com a instituição financeira.
Como saber o meu saldo devedor?
Existem várias maneiras de consultar o seu saldo devedor:
1. Extrato do financiamento
A forma mais prática de saber qual é o seu saldo devedor é acessar o extrato fornecido pelo banco ou instituição financeira. Geralmente, ele está disponível em opções como:
- Internet banking: faça login na sua conta, acesse a seção de financiamentos ou empréstimos e procure pelo extrato atualizado;
- Aplicativo do banco: muitos bancos oferecem a consulta direta do saldo devedor pelo aplicativo oficial;
- Agências bancárias: você pode solicitar o extrato pessoalmente em uma agência.
2. Contratos e documentos
Verifique o contrato do financiamento, que geralmente detalha a periodicidade das atualizações do saldo devedor e as condições de consulta.
3. Central de atendimento
Entre em contato com a central de atendimento do banco ou instituição financeira responsável. Tenha seus dados e o número do contrato em mãos para agilizar a consulta.
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Por que meu saldo devedor aumenta?

Mesmo após o pagamento das parcelas, o saldo devedor de um financiamento pode aumentar por diversos motivos. Entenda os motivos e veja como evitar surpresas e gerenciar melhor a sua dívida:
1. Juros acumulados
Os juros incidentes no saldo devedor podem ser maiores do que a amortização (redução do valor principal) presente na parcela. Isso ocorre principalmente em financiamentos com sistemas como a Tabela Price, em que as parcelas iniciais têm um peso maior de juros e menor de amortização.
2. Correção monetária
Alguns financiamentos, especialmente os habitacionais, têm o saldo devedor corrigido por índices de inflação, como o IPCA ou a TR (Taxa Referencial). Quando esses índices sobem, o saldo devedor também aumenta, independentemente do pagamento das parcelas.
3. Atrasos no pagamento
Caso você atrase uma ou mais parcelas, podem ser aplicadas multas, juros de mora e outros encargos que aumentam diretamente o saldo devedor.
4. Sistema de amortização escolhido
Em alguns sistemas, como o Sistema Americano, o valor principal não é amortizado ao longo do contrato. Assim, os juros acumulam sobre o saldo devedor até o pagamento total no final.
5. Despesas adicionais
Taxas administrativas, seguros obrigatórios e outros encargos podem ser adicionados ao saldo devedor ao longo do contrato, dependendo das condições estabelecidas.
Porque o saldo devedor aumenta na Tabela Price?
Na Tabela Price, o saldo devedor pode aumentar em determinados períodos devido à forma como os juros são aplicados e ao ritmo de amortização do capital principal.
Nesse sistema, as parcelas mensais têm valores fixos ao longo do contrato, mas a composição de cada parcela varia. Ou seja, inicialmente uma grande parte é destinada ao pagamento de juros, enquanto uma parcela menor é destinada à amortização do saldo principal.
Dessa forma, o aumento do saldo devedor pode ocorrer porque os juros são calculados sobre o valor total que ainda não foi amortizado.
Como a redução do saldo principal é mais lenta nas primeiras parcelas, os juros acumulados podem ser maiores que a amortização feita, gerando um saldo devedor que pode aparentar crescimento, principalmente nos primeiros meses de financiamento.
Além disso, em financiamentos corrigidos por índices de inflação, como o IPCA, o saldo devedor é reajustado periodicamente. Se a correção monetária for superior ao valor amortizado em uma parcela, o saldo devedor pode aumentar, mesmo com os pagamentos sendo realizados em dia.
Contudo, vale ressaltar que esse aumento no saldo devedor não significa inadimplência ou falta de pagamentos, mas reflete a estrutura do contrato de financiamento e as condições econômicas vigentes.
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Como quitar o saldo devedor?
Para quitar o saldo devedor de um financiamento imobiliário, o primeiro passo é consultar o banco ou instituição financeira para saber o valor atualizado da dívida.
Além disso, é essencial entender as condições contratuais. Para isso, verifique se existem cobranças adicionais, como multas por quitação antecipada. Em financiamentos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), por exemplo, geralmente não há cobrança de multas.
Caso não seja possível quitar o saldo integralmente, considere realizar amortizações extras. Afinal, essas parcelas adicionais ajudam a reduzir o valor total da dívida ou a encurtar o prazo do financiamento, diminuindo os juros ao longo do tempo.
Agora, se você possui saldo no FGTS e o financiamento é habitacional, avalie a possibilidade de usá-lo para quitar ou amortizar parte da dívida. Este é um recurso valioso para aliviar o peso financeiro.
Por fim, planeje suas finanças para garantir que a quitação não comprometa sua estabilidade. Após o pagamento, peça ao banco um comprovante de quitação e certifique-se de que o contrato foi encerrado oficialmente.
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Como funcionam os juros e as amortizações no financiamento imobiliário?
Os juros e a amortização em financiamentos imobiliários trabalham em conjunto para reduzir a dívida ao longo do tempo, à medida que as parcelas mensais são pagas.
Nesse sentido, uma alternativa para reduzir o saldo devedor mais rapidamente é quitar a parcela do mês e, adicionalmente, a última do contrato, diminuindo os encargos futuros.
Existem diferentes sistemas de amortização que influenciam na forma como o saldo devedor é ajustado. No caso do Sistema de Amortização Constante (SAC), um dos mais usados no Brasil, há uma amortização fixa mensal, enquanto os juros diminuem ao longo do contrato. Isso faz com que as prestações comecem mais altas e reduzam com o tempo, permitindo uma diminuição mais rápida do saldo devedor.
Já na Tabela Price, as parcelas permanecem com valores fixos ao longo do financiamento. No entanto, a amortização inicial é menor e cresce progressivamente, enquanto os juros são maiores no início.
Em outras palavras, esse modelo pode estender o prazo necessário para quitar o saldo devedor, resultando em um custo maior com juros ao longo do tempo.
Como os pagamentos antecipados impactam o saldo devedor?
Os pagamentos antecipados no financiamento imobiliário impactam o saldo devedor ao reduzi-lo diretamente.
Isso ocorre porque o valor pago a mais do que o necessário para a parcela mensal é destinado, em grande parte, à amortização do valor principal da dívida. Assim, com um saldo devedor menor, os juros futuros também diminuem, já que eles são calculados com base no valor restante.
Como fazer a renegociação de dívida e quais seus benefícios?

Renegociar uma dívida imobiliária é um processo realizado diretamente com o banco, no qual você ajusta os termos do saldo devedor ou do prazo do financiamento. Essa prática oferece vantagens como: evitar inadimplência e ajustar o pagamento dos juros da operação de forma mais viável.
Ao negociar o saldo devedor, você lida com prestações em atraso. De modo geral, é comum que os bancos ofereçam carência para quitação, permitindo mais tempo para organizar as finanças. Além disso, pode haver redução na taxa de juros, dependendo das condições acordadas.
Se a opção for renegociar o prazo do financiamento, as parcelas são recalculadas com base no saldo devedor. Isso reduz o valor mensal, mas geralmente amplia o período de pagamento. Em muitos casos, o prazo pode ser estendido até você completar 80 anos ou alcançar o limite de parcelas estabelecido pelo banco.
Outra alternativa é a portabilidade de crédito, que envolve transferir sua dívida para outro banco que ofereça condições mais vantajosas, como menores juros ou melhores prazos.
Nessa situação, o novo banco quita sua dívida com o credor anterior, e você passa a pagar as parcelas ao novo credor. No entanto, é essencial comparar o Custo Efetivo Total (CET) para verificar se a mudança é financeiramente vantajosa.
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