Setor de imóveis pode ter segundo ano de crescimento no Brasil

Resiliente, o mercado imobiliário tem se mostrado mais forte do que se esperava em 2022, em que a crise ronda a economia.

Por Redação - 05/05/2022 às 08:00
Atualizado: 18/05/2023 às 10:12
Foto que ilustra matéria sobre mercado de imóveis usados aquecido mostra uma mulher de óculos olhando para uma folha de papel, com uma caneta na mão, demonstrando que está pensando, com gráficos ao fundo em uma lousa.

Apesar da inflação e das dificuldades de abastecimento geradas pela guerra da Rússia, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elevou em abril a sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção de 2,0% para 2,5% em 2022.

O reajuste veio logo após a CBIC registrar que as operações do ramo foram, nos quatro primeiros meses de 2022, maiores que o previsto no ano passado. Em 2021, o PIB da construção teve crescimento de 9,7%, resultado que superou a expectativa de alta em torno de 8%.

Já, no início de 2022, o setor permanece movimentado, segundo a CBIC, que observa uma confluência de fatores. O principal deles é o volume de construções que é derivado dos lançamentos imobiliários nos últimos dois anos.

Também corroboraram para isso o avanço do processo de vacinação, levando a um controle maior sobre a pandemia de Covid-19 e a reabertura da economia nacional.

Se o crescimento do PIB da construção for confirmado em 2022, será a primeira vez nos últimos nove anos que a construção civil crescerá por dois anos consecutivos.

Há, entretanto, uma desaceleração no PIB do setor na passagem de 2021 para 2022. Segundo a CBIC, ainda existem preocupações no radar, tais como: a continuidade do aumento dos custos – especialmente materiais e mão-de-obra – o aumento dos juros e a inflação persistentemente alta.

No primeiro trimestre deste ano, 26,7% dos empresários consultados pela CBIC informaram que o principal problema que estão enfrentando é a alta dos juros. Este é o maior percentual de reclamação sobre o tema desde o segundo trimestre de 2017, quando estava em 27,9%.

Há também incertezas nas cadeias globais por conta da guerra na Ucrânia e do aperto monetário nos Estados Unidos, enquanto, no Brasil, há incertezas pela proximidade do ano eleitoral.

Mercado quente para imóveis antigos

Na opinião de especialistas, para além dos lançamentos, o momento econômico, com o endividamento de algumas famílias, esquenta o mercado secundário, de imóveis usados, como os anunciados no QuintoAndar.

“Com a tendência de dificuldade econômica de alguns consumidores, a tendência é de maior oferta de imóveis no mercado secundário”, afirma o professor Fernando Gallo, da FGV. “É de se esperar um aquecimento no setor principalmente a partir do segundo semestre de 2022”, diz.

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