Nos dias 1º e 2 de agosto, a revista Tpm realizou a primeira edição digital da já tradicional Casa Tpm. Materializado em 2011 pra acontecer em um casarão com debates, entrevistas, shows e pessoas das mais diversas realidades, o evento foi realizado de forma totalmente online este ano, por conta da pandemia de Covid-19. E ganhou o nome de Em Casa Tpm 2020. Um dos bate-papos da programação, intitulado de “Meu universo particular”, reuniu a Head de Branding do QuintoAndar, Mariana Quintanilha (foto), e a consultora expert em organização e apresentadora do programa Santa Ajuda, do canal GNT, Micaela Goes. Elas conversaram sobre a relação profunda que criamos com a nossa casa durante o período de isolamento social e como tornar essa experiência mais confortável.
Mudança de país
No bate papo mediado pela jornalista Bruna Bittencourt na Casa Tpm, as duas convidadas contaram sobre as transformações radicais que promoveram durante a pandemia. A executiva do QuintoAndar já tinha programada uma mudança de São Paulo, onde morava, pra Los Angeles, nos Estados Unidos, junto com sua esposa e seu casal de gêmeos. Já Micaela decidiu se refugiar com a família em uma casa menor e com menos estrutura do que o apartamento onde morava no Rio de Janeiro. Porém, com a vantagem de estar mais próxima da natureza.
“Eu já tinha uma mudança prevista pra acontecer em meados de março. Mas eu me mudei de cidade e de país. Até antecipamos nossa vinda em alguns dias, pois ficamos com medo de as coisas fecharem e a gente ficar pelo meio do caminho. Então, foi um grande desafio mudar com duas crianças de três anos no meio dessa história toda. Eu vivi o pacote completo”, contou Mariana Quintanilha.
A Head de Branding do QuintoAndar destacou o primeiro o privilégio que tem de poder ficar em casa, uma vez que nem todo mundo tem essa possibilidade. Especialmente com conforto e por pode mexer na casa pra ela se adaptar ao nosso momento de vida.
“E pra gente também foi legal porque viemos de um apartamento pequeno em São Paulo pra uma casa maior, com quintal, com jardim. A gente teve que ir adquirindo os móveis aos poucos. Tivemos que já pensar em uma casa do zero onde o home office faria parte. As crianças ainda são muito pequenas, então ainda não temos que ter estrutura pra escola. Mas as atividades todas delas acontecem aqui dentro”, disse Mariana.
Refúgio perto da natureza
A mudança de Micaela da cidade grande pra um pequeno vilarejo numa região de Serra do estado do Rio de Janeiro aconteceu logo no início da quarentena. Ela, o marido e as duas filhas foram morar em uma casa da família onde apenas passavam os fins de semana. Um imóvel com um espaço menor. E com muito menos estrutura do que o apartamento onde moravam na Cidade Maravilhosa.
“Estamos com uma nova vida, num novo lugar, um novo ambiente. E muitos hábitos se transformaram. Nunca havíamos passado uma semana inteira nessa casa. Então, uma casa de fim de semana teve que ser adaptada pra uma nova vida. Aqui era um lugar que tinha quatro copos, quatro pratos, enfim, o suficiente pra passar um fim de semana. E na minha experiência, sair de uma casa mais estruturada pra uma casa menorzinha, exatamente pra experimentar uma vida mais enxuta, mesmo. Tudo aqui a gente recebe por entrega, de um armazém do vilarejo”, disse Micaela.
De acordo com a apresentadora do GNT, um item fundamental pra esse novo momento de vida da maioria das pessoas é uma internet de qualidade.
“Aqui a gente nem tem sinal de celular. Temos um telefone fixo e uma internet boa, a partir do momento em que passamos a viver aqui há mais tempo. Eu tenho duas internets aqui, uma backup da outra, porque sem a internet não tenho como realizar minhas entregas de trabalho. Não tem escola pras crianças”, afirmou a apresentadora.
Novos comportamentos
Mariana e Micaela dividiram as percepções e experiências que tiveram com os públicos com os quais estão acostumadas a lidar em suas áreas de atuação. De acordo com a Head de Branding do QuintoAndar, a pandemia apontou claramente alguns novos comportamentos dos consumidores da empresa na busca por outras opções de moradia.
“A gente vê que tem uma mudança de comportamento muito clara entre o primeiro trimestre e o segundo deste ano. Há alguns movimentos acontecendo. Como as pessoas estão em casa o tempo todo, uma coisa que só incomodava na casa uma parte do dia, agora incomoda o dia inteiro. Um armário pequeno, por exemplo. Uma cozinha onde você não tem um certo conforto pra cozinhar. Falta de luz, falta de espaço. Então, muita gente está se dando conta, ao longo dessa pandemia, de que a casa onde estão, no atual contexto, talvez não faça sentido”, disse Mariana.
Segundo a representante do QuintoAndar, houve um aumento de mais de 70% na busca por apartamentos com varanda gourmet. Além de buscas maiores em apartamentos com vista limpa ou com luz da manhã, por exemplo.
“Vimos também pessoas que precisam se adaptar por conta de um contexto econômico novo. E vemos também um movimento de pessoas querendo sair um pouco de bairros centrais e irem pra bairros um pouco mais afastados ou até pra outras cidades próximas, pra poderem ganhar mais conforto e até mais metros quadrados, sem que isso signifique um custo maior. São Caetano do Sul, por exemplo, teve um aumento de 66% de procura após o início da pandemia. Enquanto bairros mais próximos do metrô, que sempre foram nossos campeões de busca, encolheram cerca de 20%. Muita gente se adaptando e se readequando nesse momento”, completou Mariana.
Adaptação da casa
Na área da organização, na qual é consultora, Micaela recebeu muito feedback de clientes, amigos e familiares sobre a forma como estão lidando com suas casas durante o período de isolamento social.
“No início do processo do isolamento, percebi uma empolgação das pessoas por estarem em casa com um tempo livre que elas nunca tiveram. Então, teve um movimento bem forte das pessoas querendo fazer uma limpa em casa, aproveitando a oportunidade para jogarem coisas fora. É claro que há quadros completamente distintos. Muitas pessoas ficaram em casa completamente assoberbadas com a administração de tantas tarefas e não conseguiram aproveitar esse momento como uma forma de aprendizado ou de se conectar com sua casa. Mas, principalmente, pessoas que precisaram adaptar um espaço pra trabalharem em casa. Se você não puder montar um lugar fixo de trabalho, você pode ter uma bandeja com seu computador, um caderno e as coisas básicas pra você desenvolver seu trabalho de onde for. Muitas pessoas têm dificuldade, não conseguem estabelecer hora de começar, terminar. E a dica é você fazer uma rotina. Acordar, tomar o seu café, se arrumar e sentar pra trabalhar, como se você tivesse saindo de casa pra trabalhar. Estabelecer pra você mesmo quando você vai estar disponível pra casa e pro trabalho. Como a casa e o trabalho se misturaram, parece que você trabalha muito mais”, aconselhou a apresentadora do GNT.
Bate-papo na Casa Tpm
Veja aqui a íntegra do bate-papo entre Mariana Quintanilha e Micaela Goes na Casa Tpm:
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