Investir em imóveis residenciais se tornou, mais do que uma forma de garantir patrimônio, uma alternativa concreta de ter um rendimento significativo. É o que aponta um estudo feito pelo QuintoAndar, em parceria com o FGV IBRE, que analisou o desempenho do setor nas três maiores capitais do Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Essa é a primeira vez que a maior plataforma de moradia da América Latina se une a um dos institutos econômicos mais respeitados do país para produzir um levantamento desta natureza.
Os dados mostram que a rentabilidade total dos imóveis em 2024 chegou a 19,1% ao ano, combinando o rendimento médio com aluguel (6,2%) e a valorização dos imóveis (12,9%). Para quem comprou um apartamento de R$ 365 mil há um ano, por exemplo, o retorno estimado é de quase R$ 70 mil, ou seja, mais de 19% de ganhos, o que supera, com folga, boa parte das aplicações financeiras no mesmo período.
“Ainda que seja preciso levar em conta a questão da liquidez, quando comparada a títulos financeiros, é possível dizer que o imóvel residencial apresenta um desempenho bastante robusto, com uma boa expectativa de ganho no horizonte de médio e longo prazo. A característica de proteção contra a inflação, renda periódica via aluguel e potencial de valorização patrimonial reforça o papel estratégico do mercado imobiliário residencial como uma interessante alternativa complementar de investimento”, diz o economista André Braz, do FGV IBRE.

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- Investir em imóveis: quais capitais oferecem maior rentabilidade?
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Investir em imóveis: quais capitais oferecem maior rentabilidade?
Embora cada capital tenha seu próprio ritmo, os resultados chamam atenção em todas. Em Belo Horizonte, o aumento de valor alcançou 26,6% ao ano. Em São Paulo, chegou a 17,2%, enquanto no Rio ficou em 12,9%.
No recorte por bairros, os destaques também surpreendem, com o Centro de BH liderando os ganhos com 36,5% ao ano; em São Paulo, o Jardim São Luís aparece com 24,7%; e no Rio, a Penha bate os 20,5%.
A análise leva em conta não só contratos e anúncios do QuintoAndar, mas também o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), indicador da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), com o FGV IBRE, que calcula a variação de preços a partir de dados de financiamento.
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Por que os imóveis são uma opção segura de investimento rentável?
O levantamento também ajuda a entender melhor como fatores como inflação, juros e custos de construção interferem no desempenho do setor. E reforça o papel do imóvel como alternativa estável e menos volátil do que muitos títulos financeiros.
Apesar de imóveis não se venderem tão facilmente, segundo os especialistas, o desempenho consistente, a proteção contra a inflação e a geração de renda periódica colocam os imóveis como uma opção cada vez mais estratégica. Além disso, existem várias estratégias para facilitar a compra ou aluguel de imóveis, além de ações que o proprietário pode fazer para tornar sua casa ou apartamento mais atrativo.
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Ainda assim, o estudo chama atenção para outro aspecto fundamental, de que o mercado imobiliário está aquém do seu potencial total de transações, por conta da falta de acessibilidade ao crédito para grande parte da população. Nesse sentido, é fundamental políticas públicas para equilibrar o mercado e torná-lo mais inclusivo, além de combater o déficit habitacional do país. “Isso pode ser feito por meio de políticas que ampliem a oferta de imóveis, especialmente nas grandes capitais, e medidas que facilitem o acesso ao crédito imobiliário, tornando a compra de imóveis mais acessível para famílias e estimulando o volume total de transações no mercado”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
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Por Caio Melo, “Meio”

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