Historicamente, o mercado imobiliário sempre usou o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) como taxa de referência para os reajustes anuais dos valor dos aluguéis residenciais e comerciais. No entanto, desde meados de 2020, o índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas vem subindo vertiginosamente, a ponto de ficar até cinco vezes acima da inflação oficial do país, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com esse cenário, muitos proprietários, entre eles os investidores de imóveis, têm aceitado negociar o aluguel. E uma das saídas tem sido o uso do IPCA como base para o reajuste.
Primeira imobiliária a adotar o IPCA como referência para o reajuste de aluguel, o QuintoAndar adotou essa nova prática para evitar o impacto negativo causado pelas distorções do IGP-M, especialmente em meio à crise causada pela pandemia provocada pelo Covid-19, em que milhares de pessoas perderam seus empregos ou tiveram a renda diminuída.
“Essa variação não é boa para ninguém. O proprietário tem dificuldade em conseguir a correção integral e ainda corre o risco de o inquilino rescindir o contrato. Para o morador, também não é bom, pois ele tem todo o desgaste de ter de procurar um imóvel novo e se mudar caso não haja negociação”, disse Gabriel Braga, co-fundador e CEO do QuintoAndar, ao portal Infomoney.
Riscos de falta de liquidez
Assim como para aquele proprietário que depende do valor que recebe de aluguel como fonte de renda, perder um inquilino é um cenário muito ruim para quem investe em imóveis e tem no recebimento de alugueis a sua fonte de lucro. E, o que seria pior para ambos os casos: a insistência no IGP-M pode significar uma perda de liquidez do imóvel, com demora para a obtenção de um novo inquilino.
Por isso, além de ter adotado o IPCA como índice balizador nos novos contratos, o QuintoAndar também atua para facilitar a hora de negociar aluguel entre inquilinos e proprietários.
Negociar aluguel de forma proativa
Uma das estratégias adotadas pela imobiliária digital tem sido entrar em contato com os donos de imóveis para sugerir a aplicação, de forma proativa, de taxas menores no reajuste dos aluguéis.
Os clientes ainda têm a flexibilidade de optar pelo IGP-M. Pelo menos nos contratos que foram fechados com propostas feitas até o dia 25/11/2020. A partir desta data em diante, o IPCA já consta como o índice base de reajuste nos contratos do QuintoAndar.
A decisão sobre usar ou não o IGP-M, no entanto, é inteiramente dos proprietários.
“Os contratos vigentes pela plataforma não serão impactados pela mudança de padrão, e permanecerão com o IGP-M como referência até seu vencimento”, afirmou Jonas Marchetti, diretor de crédito do QuintoAndar, à Infomoney.
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