Capincho
Praça Dr. Maurício Cardoso, 1.089 - Moinhos de Vento
Restaurante do premiado chef Marcelo Schambeck tem culinária sulista conectada com a gastronomia contemporânea mundial
Capincho é a capivara macho, grande mamífero roedor sul-americano de pelagem castanha, que pode pesar 80 quilos e medir um metro e meio de comprimento. E, por ser uma palavra tipicamente usada aqui no Sul – além de Uruguai e Argentina –, foi o nome escolhido pelo premiado chef Marcelo Schambeck para batizar seu restaurante de culinária sulista.
“Nossa cozinha é focada em usar ingredientes regionais com técnicas modernas, inspirada na troca de culturas entre Brasil, Argentina e Uruguai. Tudo feito com olhar atualizado, cosmopolita e urbano”, resume Schambeck, que chegou a incorporar em suas pesquisas gastronômicas as ideias sobre identidade cultural platina que o músico e escritor Vitor Ramil alinhavou no ensaio A Estética do Frio. “A gastronomia é o meu dia a dia: faz parte da minha profissão, mas também do meu lazer. Sou um grande entusiasta”, conta.
Antes de inaugurar o Capincho, que já está em seu segundo endereço – no começo, em 2019, o restaurante ficava no 4º Distrito –, o chef despontava no cenário gastronômico local com o Del Barbiere, bistrô aberto em 2007 no espaço ao lado da barbearia do pai de Schambeck, no Centro Histórico. E ganhou fama por conta das releituras contemporâneas de pratos tradicionais gaúchos que fazia a partir dos insumos comprados de manhã cedinho nas feiras da cidade.
Logo veio o reconhecimento. Em 2008, 2010, 2011 e 2012, ele esteve entre os melhores chefs revelação indicados pela revista Veja Porto Alegre. Em 2017, ganhou o prêmio na categoria chef do ano da publicação.
Em 2022, o restaurante Capincho mudou-se do Quarto Distrito para um dos belos casarões do entorno da Praça Dr. Maurício Cardoso, no coração do bairro Moinhos de Vento. No novo endereço, ocupa dois andares, oferecendo aos frequentadores opções diferentes de curtir o espaço.
No térreo, fica o restaurante, com cozinha aberta para o salão e de onde saem deliciosas iguarias. Um dos destaques é a costela Zimmer 16h, carne que, depois de ficar 16 horas cozinhando, se desmancha quando cortada e é servida com purê de moranga assada com saquê e couve crocante. Outra pedida é o jarret de porco moura com molho de carne, repolho cozido em soro de iogurte e óleo de rúcula, maçã verde e crocante de pão. Essa pegada de culinária local revisitada também está em sobremesas como a torta clafoutis de uva, crumble, calda e sorvete de leite, inspirada na cuca de uva servida com nata – uma legítima madeleine proustiana que remete à casa da vó.
Na parte de cima do Capincho, o clima é mais de bar, com sofás e poltronas confortáveis, onde se pode comer petiscos acompanhados de bons drinques, batizados com nomes que remetem à cultural local, como Butiazinho (cachaça branca Bucco, butiá, limão bergamota, xarope de mel e soda) e Taim (gim, licor Saint Germain, manjericão, limão e espumante). Falando em drinques, vale mencionar que um dos sócios do Capincho é Fred Müller, também proprietário do Olivos 657, bar da Cidade Baixa conhecido pela qualidade dos coquetéis especiais.
Crédito de imagens – Destaque e galeria: Letícia Remião | Feed: Divulgação_Capincho