Democráticos e divertidos, esses espaços reúnem públicos diversos em torno de diferentes estilos musicais
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Quem nunca se imaginou cantando para uma multidão e sendo ovacionado após a brilhante interpretação? Um pouco da magia desse momento pode ser experimentada nos karaokês – e com bons amigos na plateia, os aplausos certamente virão, mesmo se não for o seu dia mais inspirado diante do microfone.
Inventado no Japão em 1971 por Daisuke Inoue, o karaokê se espalhou mundo afora com a proposta de unir acompanhamentos instrumentais que se somam às vozes de cantores amadores – revelando, muitas vezes, talentos vocais surpreendentes ou desafinados incorrigíveis, que não têm a menor vergonha de se exibir.
“O karaokê é um espaço democrático, reúne gente de todos os tipos. Não importa se a pessoa canta bem. Todo mundo se diverte, desde velhinhos entoando boleros até a gurizada cantando Lady Gaga”, define o cineasta Diego de Godoy, que se tornou frequentador assíduo de karaokês ao longo dos 14 anos que viveu em São Paulo.
A partir de 2021 vivendo novamente em POA, Diego acompanhou a popularização dos karaokês na cidade. “Os gaúchos, meio travados, aprenderam a se soltar”, brinca. Essa tendência teve um polo irradiador: o Babilônia Karaokê, no bairro São Geraldo.
“Lá por 2016, um público mais amplo descobriu o Babilônia, e então outros karaokês começaram a abrir na cidade. O bar tem uma das melhores estruturas que já vi, inclusive na comparação com lugares clássicos de São Paulo”, garante Diego.
Outro karaokê clássico é o Venezianos Pub Café, na Cidade Baixa, bar emblemático da cena LGBTQIA+,que toda quinta-feira abre o microfone para os cantores amadores. “É possível ouvir pessoas cantando Alcione como se fossem Alcione”, destaca o cineasta, recordando as noites em que a multiartista Valéria Barcellos emocionava o público do Venê com sua voz poderosa.
Diego também recomenda o bar Sofia, no Moinhos de Vento, com sua proposta conectada à cultura japonesa dos karaokês. “Além do salão principal, o Sofia tem salas privativas. É ótimo para se divertir com a própria turma e cantar mais vezes, já que o tempo de espera é menor.”
O top 3 de Diego nos karaokês é formado por Goodbye Yellow Brick Road, de Elton John, Heaven, de Bryan Adams, e uma das mais desafiadoras canções do pop rock internacional: Bohemian Rhapsody, imortalizada pela impressionante extensão vocal de Freddie Mercury. A interpretação do sucesso do Queen por Diego é um estímulo para quem hesita em soltar a voz em público. “Canto Bohemian Rhapsody pra mostrar que qualquer um pode cantar no karaokê”, afirma rindo.
Créditos de imagem - Destaque: Instagram_Sofia | Retrato: Letícia Remião | Feed: Arquivo Pessoal