Peças exclusivas por Rodrigo Sandri

O empresário indica espaços da cidade em que você pode encontrar objetos únicos para usar e decorar


Locais para você conhecer

Todos os lugares dessa seleção para você conhecer melhor por aqui

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Local

Mundaréu

Rua Hoffmann, 500 - Floresta
Porto Alegre

Local

Giu Pachá Designer Lunetier

Rua Hoffmann, 459 - Floresta
Porto Alegre

Local

Brique da Redenção

Avenida José Bonifácio, 339 - Farroupilha
Porto Alegre

“Meu principal objetivo é vender coisas legais de segunda mão. Não dá mais pra gente produzir lixo.”

Última atualização em 06 de julho de 2023
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Rodrigo Sandri trouxe corpo, alma e coração para Porto Alegre aos 17 anos, vindo de Erechim, município ao norte do Rio Grande do Sul, da mesma forma como passou por cidades de diferentes culturas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Madri e Toulouse. Mas a capital gaúcha sempre teve lugar cativo: “Eu vivo a cidade e todos os lugares por onde passei. Eu gosto de me envolver com a essência de cada local e isso só se vive aproveitando a rua! O meu lugar na cidade definitivamente é a rua”.

Dores e delícias da cidade grande e pequena ao mesmo tempo

A facilidade que Porto Alegre propõe em termos de circulação e a energia de cidade pequena e grande ao mesmo tempo são características que reforçam o amor de Rodrigo por POA.

Morador do bairro Petrópolis, de onde diz não querer sair tão cedo – “minha rua é estritamente residencial, não tem nada de comércio e supertranquila” –, já morou no Bela Vista, na Cidade Baixa e no Menino Deus, e hoje celebra o movimento da cidade finalmente se voltando para o Guaíba. “Eu adoro tudo que se conecta a ele. O que une a cidade toda são suas águas. Fico feliz que a gente esteja se voltando para lá. A recuperação da Orla é uma alegria!”

Não à toa, um dos passeios preferidos de Rodrigo são as praças da Zona Sul da cidade. “Adoro essa região: é como se fosse outra cidade, a energia lá é diferente, existe muita conexão com a natureza. Nossa cidade é muito arborizada, temos um parque incrível, que é o Marinha do Brasil. Já fiz muitos encontros com amigos e piqueniques ali, mas percebo que as pessoas daqui ainda se mostram resistentes a esse movimento de ocupação dos espaços verdes. A rua é um lugar descolado, isso é cool [legal] em qualquer lugar do mundo, mas o porto-alegrense ainda está descobrindo a sorte que é morar em uma cidade com abundância de áreas verdes.”

Ele fala com a propriedade de quem já viveu em diversos lugares do mundo e sabe que design e cultura de rua são riquíssimos em suas diversas expressões. “Na época em que eu produzia espetáculos, nós trazíamos artistas do Brasil todo para Porto Alegre, e a visita ao Brique da Redenção era um passeio obrigatório.”

Na visão de Rodrigo, esse programa cultural imperdível foi perdendo visibilidade com o tempo. No entanto, ele lembra que, quando se visita outros lugares do mundo, esse tipo de programa é valorizado e, por isso, acha que o Brique merece voltar para a agenda dos porto-alegrenses, porque tem muita coisa que vale garimpar e curtir.

Design que vem da alma

Quando veio morar aqui, Rodrigo fez questão de explorar o que Porto Alegre e suas vias arborizadas tinham a oferecer. “Sinto que nossas ruas eram mais pulsantes. A cidade respirava mais cultura, havia festas e lugares que inspiravam uma energia alegre e vibrante como se vê pouco hoje em dia. O Bar Fofa, que ficava na Rua da República, era um lugar único, que tinha essa energia maravilhosa.”

Ainda assim, Rodrigo considera que a criatividade segue marcante e pode se dar de muitas maneiras distintas. Entre as últimas experiências criativas que viveu, o publicitário fala do processo de cocriação de óculos com a designer Giu Pachá. “Porto Alegre tem muitos artistas e designers legais. Quando eu conheci o trabalho da Giu, foi uma alegria! Ficamos quatro meses nesse processo de trocas intensas e, ao final, tenho uma peça de design exclusivo.”

Foi a busca dessa essência que, em 2017, fez Rodrigo dar a grande virada na carreira. Mesmo realizado profissionalmente, depois de inovar por quase duas décadas à frente da produção e operação da Opus Entretenimento, em milhares de espetáculos e eventos nacionais e internacionais, ele se viu desejando fazer mais. E percebeu que, de mãos cheias, não conseguiria abraçar mais nada.

Na época, já tinha o acervo de milhares de objetos que foram sendo colecionados ao longo de 20 anos. Organizados inicialmente numa garagem, depois no vizinho, na casa do pai, até ocupar quatro depósitos no Quarto Distrito da cidade. “Encerrei minha jornada na Opus sem saber o que viria depois. As pessoas diziam que eu abriria uma loja, mas isso nem me passava pela cabeça”.

Menos de um ano se passou entre Rodrigo sair da Opus, viver alguns meses na Califórnia e alugar o prédio de portão imponente, onde colocou uma mesinha e alguns objetos, e deu ciência aos conhecidos de que ele estaria expondo sua coleção. Começava ali a Mundaréu, que viria a se transformar em uma das lojas de antiguidades mais interessantes do País. “Ainda hoje tenho caixas fechadas com coisas inéditas. De tempos em tempos vou abrindo e colocando à venda.”

O nome Mundaréu surgiu de uma conversa com o designer Diego Ferrer, da Surto Criativo. “Eu falei pra ele: ‘vou fazer um mundaréu de coisas’, e assim surgiu o nome e a identidade visual da loja que traz a imagem de um cervo, totalmente conectada com a natureza. Diego teve muita perspicácia! Ele entendeu na hora a minha profusão de ideias e traduziu nessa marca que eu adoro”.

Rodrigo faz questão de dizer que a Mundaréu não é apenas antiquário. “É isso e tudo mais que eu posso ser. Meu principal objetivo é vender coisas legais de segunda mão. Não dá mais pra gente produzir lixo”. Instalado num imóvel na mesma quadra do Centro Cultural Vila Flores, o prédio já encanta na entrada com o portão de ferro, marca registrada do espaço, e um jardim de cogumelos de cerâmica. “O Mundaréu é um lugar para conhecer, visitar e apreciar. Adoro que venham passear. Ninguém é obrigado a comprar nada! Aqui tem coisa cara e coisa barata. A diversão é garimpar”.

Créditos de imagem - Destaque: Instagram_Mundaréu | Retrato e feed: Arquivo Pessoal